Diferenças
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pt_agal:didatica [02/11/2010 12:30] valentim |
pt_agal:didatica [10/02/2011 20:42] (Actual) ramom |
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===== Como se lê um texto reintegrado (AGAL)? ===== | ===== Como se lê um texto reintegrado (AGAL)? ===== | ||
- | Um texto escrito em reintegrado é um texto escrito em galego; portanto, em termos gerais nom precisamos dum novo código de leitura. Existem, no entanto, umha série de grafias às quais devemos prestar atençom: | + | Um texto escrito em reintegrado é um texto escrito em galego; portanto, em termos gerais, nom precisamos dum novo código de leitura. Existem, no entanto, umha série de grafias às quais devemos prestar atençom: |
<WRAP center round box 60%> | <WRAP center round box 60%> | ||
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| ge,gi | xe,xi | **g**eral -> **x**eral | | | ge,gi | xe,xi | **g**eral -> **x**eral | | ||
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* Para além do acento agudo (') existe o acento grave (`) que só se usa na contracçom //à// (a+a) e o circunflexo (^), que segue as mesmas regras de colocaçom que o primeiro, mas que indica que a vogal é fechada: | * Para além do acento agudo (') existe o acento grave (`) que só se usa na contracçom //à// (a+a) e o circunflexo (^), que segue as mesmas regras de colocaçom que o primeiro, mas que indica que a vogal é fechada: | ||
* //pé (extremidade) vs pê (nome da letra)// | * //pé (extremidade) vs pê (nome da letra)// | ||
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[[pt_agal:didatica:tabela_de_pronunciacom|Tabela de pronunciaçom completa]] | [[pt_agal:didatica:tabela_de_pronunciacom|Tabela de pronunciaçom completa]] | ||
- | ===== Como se lê um texto escrito em português padrom (ou A.O)? ===== | + | ===== Como se lê um texto escrito em padrom lusitano? ===== |
- | Para além de aplicarmos as pautas de leitura estabelecidas na pergunta [[http://www.agal-gz.org/faq/doku.php?id=pt_agal:didatica#como_se_le_um_texto_reintegrado_agal|“como se lê um texto reintegrado (AGAL)?]] devemos acrescentar mais algum pormenor relacionado fundamentalmente com as terminaçons “-ão” e “-ões”; estas terminaçons podem ser lidas sem alterar a nossa fala habitual (como “-om” e “-ons” ou “-ois”). | + | Para além de aplicarmos as pautas de leitura estabelecidas na pergunta [[http://www.agal-gz.org/faq/doku.php?id=pt_agal:didatica#como_se_le_um_texto_reintegrado_agal|“como se lê um texto reintegrado (AGAL)?]], devemos acrescentar mais algum pormenor relacionado fundamentalmente com as terminaçons “-ão”, “-ões” e “-ães”. Estas terminaçons podem ser lidas sem alterar a nossa fala habitual: |
+ | * como “-om” e “-ons” ou “-ois” no caso de //canção/canções//; | ||
+ | * como “-ám”, “-áns” ou “-ais” no caso de //capitão/capitães//. | ||
A respeito da morfologia verbal, nalguns casos mui diferente da maioritariamente utilizada na Galiza, nom existe um único critério de leitura, havendo pessoas que as adaptam e pessoas que nom (“fez-fijo”, “disse-dixo”...). | A respeito da morfologia verbal, nalguns casos mui diferente da maioritariamente utilizada na Galiza, nom existe um único critério de leitura, havendo pessoas que as adaptam e pessoas que nom (“fez-fijo”, “disse-dixo”...). | ||
- | ===== Como se fala? ===== | + | == Para saber mais == |
- | O reintegrado nom se fala. Escreve-se. Porém, é verdade que popularmente se ouve às vezes “que alguém fala reintegrado”. A razom é que, em geral, as pessoas reintegracionistas costumam cuidar mais o seu galego, evitando castelhanismos e mesmo usando palavras ou estruturas que, sendo galegas, nom tenhem nos dias de hoje umha grande circulaçom ao nível coloquial (infinitivo flexionado, futuro do conjuntivo, //autoestrada//, //espaço//, //connosco//...). | + | * [[http://ramomflores.tripod.com/ler-portugues/curso-portugues.html|Breve guia de leitura do portugués, para galegófonos]] |
- | Ainda, muitas pessoas reintegracionistas apoiam-se no português para substituir castelhanismos de recente introduçom na Galiza, como nos casos de //cartaz// ou //bolacha//. Porém, o traço mais característico do 'falar reintegrado' é, sem dúvida, a terminaçom //-çom//, que nos últimos dous séculos foi substituída massivamente das falas por //-ción//, e muitos reintegracionistas esforçam-se em restaurá-la. Nom obstante, também há muitas pessoas lusistas que preferem falar igual que sempre, e nom por isso se pode dizer que 'nom falem reintegrado'. | + | ===== Como se fala "reintegrado"? ===== |
+ | O reintegrado nom se fala. Escreve-se. Porém, é verdade que popularmente se ouve às vezes “que alguém fala reintegrado”. A razom é que, em geral, as pessoas reintegracionistas costumam cuidar mais o seu galego, evitando castelhanismos e mesmo usando palavras ou estruturas que, sendo galegas, nom tenhem nos dias de hoje umha grande circulaçom ao nível coloquial: | ||
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+ | - Infinitivo flexionado: Era bom irmos. | ||
+ | - Futuro do conjuntivo: Se tu fores, avisa-me. | ||
+ | - Léxico cuidado: autoestrada, espaço, pescada. | ||
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+ | Ainda, muitas pessoas reintegracionistas para substituir castelhanismos de recente introduçom na Galiza apoiam-se no português, como nos casos de //cartaz//((cast. cartel)), //bolacha//((cast. galleta)) ou //lareira//((cast. chimenea)). Porém, o traço mais caraterístico do 'falar reintegrado' é, sem dúvida, a terminaçom //-çom//, que nos últimos dous séculos foi substituída massivamente das falas por //-ción//, e muitos reintegracionistas esforçam-se em restaurá-la. Nom obstante, também há muitas pessoas lusistas que preferem falar igual que sempre, e nom por isso se pode dizer que 'nom falem reintegrado'. | ||
===== Como se aprende? ===== | ===== Como se aprende? ===== | ||
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A resposta é evidente: usando-o. | A resposta é evidente: usando-o. | ||
- | Para muitas pessoas, um dos principais motivos para nom avançar para o reintegracionismo é a dificuldade de aprendê-lo. E a verdade é que dá um pouco de medo ver todos esses símbolos novos aplicados ao que sempre escrevemos de outra maneira. | + | <WRAP justify> |
+ | Para muitas pessoas, um dos principais motivos para nom avançar para o reintegracionismo é o primeiro impacto. E a verdade é que dá um pouco de medo ver todos esses símbolos novos aplicados ao que sempre escrevemos de outra maneira. | ||
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+ | Porém, é muito mais fácil do que se pensa, porque simplesmente chega com aplicar umhas novas regras ortográficas, bastante fáceis de sistematizar, ao nosso galego de sempre, e já estamos a escrever em reintegrado. Para isso, temos muitíssimos materiais de apoio, sobretudo na Internet, desde dicionários e prontuários galegos e portugueses (conforme se se preferir escrever em AGAL ou em padrom lusitano) a guias didáticos mais simples para as pessoas poderem usar o essencial deste modelo da escrita. | ||
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+ | {{:wiki:barthinogal.jpg?|Vinheta de Suso Sanmartin tirada do Pasquim, suplemento de Humor do Novas de Galiza}} | ||
- | Porém, é muito mais fácil do que se pensa, porque simplesmente chega com aplicar umhas novas regras ortográficas, bastante fáceis de sistematizar, ao nosso galego de sempre, e já estamos a escrever em reintegrado. Para isso, temos muitíssimos materiais de apoio, sobretodo na Internet, desde dicionários e prontuários galegos e portugueses (conforme se se preferir escrever em AGAL ou em português padrom) a guias didácticas mais simples para as pessoas poderem usar o essencial deste modelo da escrita. | + | </WRAP> |
+ | <WRAP clear></WRAP> | ||
- | Do nosso ponto de vista, de facto, o importante é isto último: basta as pessoas saberem usar o <nh>, o <lh>, o < -m> final, o <g/j/x>, o <s/ss>, o <b/v> e os acentos, para estarem a empregar um maravilhoso galego. O que a partir daí as pessoas quigerem avançar, à medida que vaia entrando em contacto com outros textos, bem-vindo seja. | + | <WRAP justify> |
+ | Do nosso ponto de vista, de facto, o importante é isto último: basta as pessoas saberem usar o <wrap fgcyan>//nh//</wrap>, o <wrap fgcyan>//lh//</wrap>, o <wrap fgcyan>// -m//</wrap> final, o <wrap fgcyan>//g/j/x//</wrap>, o <wrap fgcyan>//s/ss//</wrap>, o <wrap fgcyan>//b/v//</wrap> e os acentos, para estarem a empregar um maravilhoso galego. O que a partir daí as pessoas quigerem avançar, à medida que forem entrando em contacto com outros textos, bem-vindo seja. | ||
+ | </WRAP> | ||
- | ===== Os diferentes plurais de -am -ao e -om ===== | + | ===== Os diferentes plurais de -ám -ao e -om ===== |
- | As formas singulares das palavras que nas falas galegas acabam em -am (//cam//), -ao/-am (//irmao/////irmám//), e -om (//coraçom//) tenhem diferentes plurais segundo a zona da Galiza. Na ocidental conservam a nasalidade (//cans//, //irmáns//, //coraçons//) perdida na central (//cás//, //irmaos//, //coraçôs//). Na oriental, apesar de terem perdido a nasalidade em quase todas as comarcas, conserva-se a pronúncia mais conservadora: //caes// [ájs], //irmaos// [áws] e //coraçoes// [ójs]. A actual representaçom escrita destas terminaçons coincide com a medieval galego-portuguesa, isto é, com as formas orientais nasalizadas (//cães//, //irmãos//, //corações//). | + | As formas singulares das palavras que nas falas galegas acabam em -ám (//cam//), -ao/-am (//irmao/////irmám//), e -om (//coraçom//) tenhem diferentes plurais segundo a zona da Galiza. Na ocidental conservam a nasalidade (//cans//, //irmáns//, //coraçons//) perdida na central (//cás//, //irmaos//, //coraçôs//). Na oriental, apesar de terem perdido a nasalidade em quase todas as comarcas, mantém-se a pronúncia mais conservadora: //caes// [ájs], //irmaos// [áws] e //coraçoes// [ójs]. A atual representaçom escrita destas terminaçons coincide com a medieval galego-portuguesa, isto é, com as formas orientais nasalizadas (//cães//, //irmãos//, //corações//). |
Em galego reintegrado, há quem prefira usar as terminaçons ocidentais (por serem as mais usadas no galego literário e institucionalizado actual) e quem prefira usar as comuns com Portugal e Brasil, mais conformes às orientais galegas. | Em galego reintegrado, há quem prefira usar as terminaçons ocidentais (por serem as mais usadas no galego literário e institucionalizado actual) e quem prefira usar as comuns com Portugal e Brasil, mais conformes às orientais galegas. | ||