‘Ostrácia’, de Teresa Moure, chega na sexta-feira às livrarias

‘Ostrácia’, de Teresa Moure, chega na sexta-feira às livrarias

Atenção, abrirá numa nova janela. PDFVersão para impressãoEnviar por E-mail
Engadir a del.icio.us Compartilhar
no Facebook Compartilhar
no DoMelhor

A partir da sexta-feira, dia 25 de setembro, chegará às livrarias Ostrácia, o novo livro da escritora Teresa Moure. Publicado sob chancela da Através Editora, o primeiro lançamento da obra decorrerá pouco depois, a dia 30, na Faculdade de Filosofia de Compostela (praça de Maçarelos). No entanto, as pessoas interessadas podem já ir fazendo água na boca com só dar uma olhadela no sítio web dedicado ao livro.

Sobre o livro

Capa de 'Ostrácia' | Desenho: Ricardo Cabanelas

Capa de ‘Ostrácia’ | Desenho: Ricardo Cabanelas

Dum lado, a História; doutro, a intimidade. Dum lado, as palavras de ordem das ideologias políticas revolucionárias. Doutro, o orgasmo múltiplo e os fetiches do Domínio e a Submissão. Dum lado, as figuras de Lenine, Alexandra Kollontai, Nádia Krupskaia e, sobretudo, Inessa Armand. Doutro, a experiência de escrever sendo mulher e, portanto, interpretada como autora de textos vagamente feministas, reivindicativos mas também florais e românticos. Quando a escritora acha um fio narrativo singular –a vida da revolucionária bolchevique Inessa Armand–, experimenta certas contradições.

 

Inessa Armand é um nome secundário na história, apenas identificável como “a amante de Lenine”. Aliás, participou ativamente na cúpula bolchevique, fundou Sociedades feministas, dirigiu jornais, enfrentou­se às normas sociais ao abandonar o marido para marchar com o seu cunhado, de dezassete anos, e foi obrigada a exilar­se dois anos no Ártico. Porém, Ostrácia não pode ser mais um romance sobre a épica das mulheres bravas porque a escritora tem a vontade de explorar o território da exclusão, das margens, esses espaços da dissidência política onde os “nossos” nos confinam por não luzirmos tão claros e obedientes como dantes.

Ostrácia é um castigo merecido, um lugar e um tempo para reinventar­se. E os amores entre Lenine e Inessa Armand reescrevem as vidas atuais e explicam o relato das revoluções interiores. Se a militância for entrega, se as ideologias tiverem que mudar o mundo, então Inessa Armand e a escritora devem entrelaçar­se para contar o nunca contado: que Política e Erótica vão da mão, que tudo na Política, como na cama, se reduz a bailar com o Desejo. Para a política não ser politiquinha e o Desejo não se conformar com desejinhos. Para fazermos habitável a Ostrácia.

Sobre a autora

Dizem de Teresa Moure que no seu tempo livre escreve. Às vezes mesmo nas paredes. E não falta quem assegure tê-­la visto a estragar com graffiti o mobiliário urbano por não dispor dum computador à mão. Entre parede e parede, reparte mimos sem medida, que ela nunca foi comedida nem mesurada e cultiva uma horta abafada de flores de uma beleza mortífera. Ainda que ninguém a visse nunca sem um livro nas mãos, mente a quem a quiser escutar contando detalhes atrapalhados sobre as suas experiências −que apenas ela assegura serem tantas−, e as suas viagens ao longo do planeta, −quase todas imaginárias−. O seu maior desejo seria pastorear uma manada de girafas, mas, como estes teimosos animais não se habituam à chuva galega, está a pensar em inventar algo com que varrer as nuvens negras do céu. Talvez seja certo que escreveu vários textos em galego, porque tem o vício de se comprometer com as causas difíceis. Professora na Universidade de Santiago de Compostela de uma especialidade com o procaz nome de linguística geral, absorve cada dia do estudantado a energia necessária para o peso cruel da existência não a esmagar, nem lhe empeça de se somar a qualquer guerrilha que se levante, insurgente, para construir um mundo melhor.

 

Actualidade da Língua no PGL

Ortografia galega moderna: confluente com o português no mundo

Normas: Ortografia Galega Moderna

Consultá-las na Rede.

Consegui-las em papel.

Vítor Vaqueiro
Palavras a Espártaco
Palavras a Espártaco

Xoán Carlos Carreira
O pequeno é grande. A agricultura familiar como alternativa